terça-feira, 31 de julho de 2018





O principal assunto da pré-campanha tem sido as fake news. Foto - Flickr









“Quem define o resultado de uma eleição com segundo turno é o eleitor com pouca ou nenhuma afinidade ideológica, o que tende a favorecer os candidatos de centro. Os dois candidatos que chegarem lá disputarão os votos de quem não votou nem em A nem em B”. Thomaz Favaro, diretor da Control Risks, consultoria inglesa de gestão de riscos.










Rio Grande do Sul

MDB CONFIRMA JOSÉ FOGAÇA CANDIDATO AO SENADO

O ex-prefeito de Porto Alegre, José Fogaça será o nome do MDB na briga por uma das vagas ao Senado. A confirmação do nome de Fogaça aconteceu depois de uma reunião que teve com o presidente estadual da sigla, deputado Alceu Moreira. O nome de Fogaça deverá ser homologado pela convenção do partido, marcada para o dia 5 de agosto. Fogaça já foi deputado constituinte, senador, deputado federal e deputado estadual. Ele substitui o ex-governador Germano Rigotto que desistiu de concorrer. José Fogaça disse que não poderia “deixar de integrar esse grande esforço que o partido está fazendo para reeleger o governador Sartori”. Com a definição de Fogaça candidato, a chapa do MDB tem José Ivo Sartori como candidato à reeleição com José Cairoli à vice, repetindo a chapa vencedora em 2014. E para o Senado os candidatos são José Fogaça (MDB) e Beto Albuquerque (PSD). (Jornal do Comércio) 

COTADA PARA VICE DE ALCKMIN, ANA AMÉLIA DIZ NÃO QUERER DAR O PASSO MAIOR QUE A PERNA

A senadora gaúcha Ana Amélia (PP), está cotada para ser indicada como vice de Geraldo Alkmin (PSDB), pelos partidos que integram o Centrão. Ana Amélia que é candidata à reeleição ao Senado, afirmou que “não gostaria de dar um passo maior que a perna, e que está trabalhando para se eleger para mais um mandato como senadora. “O desafio de ser vice é muito grande e eu conheço minhas limitações, sei o que posso fazer e o que talvez tenha dificuldade, dada a relevância que tem o cargo”, ressaltou a senadora. E ela disse ainda que não recusou nenhum convite, simplesmente porque não foi convidada. (Gaúcha ZH)

CONVENÇÕES FORMALIZAM APOIO À SARTORI E HEINZE

O PSL confirmou apoio à Luiz Carlos Heinze (PP) e a convenção definiu que Carmem Flores, presidente estadual do partido, será candidato ao Senado. Definida a chapa para o governo do Estado, o PSL agora quer palanque para Jair Bolsonaro. Para isso, a presidente do partido no Estado, Carmem Flores, vai tentar convencer a senadora Ana Amélia (PP). Carmem confirma a conversa para a próxima quinta-feira. Já o PR vai apoiar José Ivo Sartori (MDB) na tentativa de continuar no Palácio Piratini. Com o apoio do PR, a coligação de Sartori confirma ser a maior na eleição ao governo do Rio Grande do Sul com dez siglas. (Jornal do Comércio)

Brasil

PT NEGOCIA NEUTRALIDADE DO PSB EM TROCA DE ALIANÇAS ESTADUAIS

O Partido dos Trabalhadores (PT) não acredita mais em uma aliança em torno do seu candidato à presidência com o PSB. Por isso, os dirigentes do partido trabalham para evitar que o PSB se alie à Ciro Gomes, presidenciável do PDT. A negociação passa por acordos entre PT e PSB em Pernambuco e em Minas Gerais. Em Pernambuco, o PT abriria mão da candidatura da vereadora Marília Arraes e apoiaria a reeleição de Paulo Câmara (PSB) ao governo pernambucano. É uma negociação difícil porque os petistas de Pernambuco querem a candidatura da neta de Miguel Arraes que tem o apoio de Lula. Já em Minas é o contrário. O ex-prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), abandonaria a disputa e apoiaria a reeleição de Fernando Pimentel (PT). O PT já adiou duas vezes o encontro nacional que vai definir a situação em Pernambuco para buscar o acordo interno e com o PSB.O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, negou as condições dos acordos e disse que o partido vai decidir, no próximo domingo, entre a aliança com o PT, apoio à Ciro Gomes (PDT) ou vai liberar as lideranças estaduais (UOL).

TARSO GENRO PREFERE BOULOS A HADDAD PARA CANDIDATO DO PT À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Ex-ministro da Justiça e da Educação no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, ex-governador do Rio Grande do Sul e uma das principais lideranças da chamada esquerda petista, Tarso Genro, 71 anos, tem defendido que o PT considere apoio à Guilherme Boulos, pré-candidato pelo PSOL, caso a Justiça vete a candidatura de Lula, condenado e preso pela Lava Jato. Segundo Tarso, o candidato do PSOL em condições de liderar uma nova frente político-eleitoral de esquerda na era pós-Lula. Sobre a viabilidade de Fernando Haddad, de quem é muito próximo desde o tempo do Ministério da Educação, disse ter dúvidas sobre as chances do ex-prefeito de São Paulo ser o indicado pelo PT. Responsável pelo Instituto Novos Paradigmas e conhecido por ser um dos críticos do estabilishment petista, o ex-governador do Rio Grande do Sul argumenta que a defesa do eventual apoio a Boulos não representa risco a estratégia segundo ele acertada, de manter a candidatura de Lula, pois se trata de um nome forte fora do partido, enquanto a defesa explícita de Haddad, neste momento, poderia desestabilizar a unidade partidária. Na entrevista ao Estadão, Tarso defende que o PT escolha logo o candidato à vice e que o acordo de Geraldo Alckmin (PSDB) com o “centrão” obriga uma unidade da esquerda, ainda que no segundo turno. (Estadão)

RECESSO TERMINA AMANHÃ

Oficialmente o recesso parlamentar termina amanhã, dia 1º de agosto. No entanto, o Congresso Nacional vai continuar vazio. Até a semana que vem. E tudo por causa das eleições de outubro. No próximo domingo, ao menos 11 partidos realizam suas convenções nacionais e muitos outros as convenções estaduais e, entre eles os maiores paridos do País, como MDB, PT e DEM. Segundo o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), em agosto, a ideia é fazer duas semanas de esforço concentrado para a votação de matérias. A primeira seria nos dias 7 e 8, logo depois das convenções. Depois disso, nos dias 28 e 29, senadores e deputados dariam uma pausa em suas campanhas para mais uma semana de votações. Em setembro, também haverá uma semana de esforço concentrado, mas ainda não há uma data definida entre os presidentes do Senado e da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ). E o presidente do Senado também disse que ainda não está definida a pauta de votações. Uma das pautas que o presidente Michel Temer quer ver em votação imediatamente é a privatização da Eletrobrás. Por ser uma pauta “pesada” dificilmente irá a votação antes das eleições de outubro. (Diário do Poder)

EM SEIS DIAS TERMINA O PRAZO PARA REALIZAÇÃO DE CONVENÇÕES PARTIDÁRIAS

No próximo domingo, dia 5, termina o prazo estabelecido pela Lei Eleitoral para que os partidos escolham seus candidatos à presidência da república, ao Senado, a Câmara Federal, Assembleias Legislativas e governadores. Faltam seis dias para terminar o prazo das convenções e, até agora, temos seis presidenciáveis confirmados pelos partidos. Ciro Gomes é o candidato do PDT. Esta será a terceira vez que disputa eleição para presidente. Guilherme Boulos é o candidato do PSOL que terá uma chapa “pura” com a ativista indígena Sônia Guajajara como candidata à vice. Boulos tem 36 anos e disputa a presidência pela primeira vez. É filósofo formado pela USP. Jair Bolsonaro é o candidato do PSL. Militar da reserva, Bolsonaro é deputado federal por 7 legislaturas consecutivas. José Maria Eymael, do partido Democracia Cristã (DC) disputa a presidência da república pela quinta vez. Perdeu as outras quatro. O economista Paulo Rabello de Castro é o candidato do PSC. Ex-presidente do IBGE e do BNDES, é candidato à presidente da república pela primeira vez. Vera Lúcia é a candidata do PSTU. Vera Lúcia tem 50 anos e foi expulsa do PT em 1992 junto com integrantes do grupo político Convergência Socialista que, anos mais tarde, fundo o PSTU. É graduada em Ciências Políticas pela Universidade de Sergipe e disputa a presidência da república pela primeira vez. (G1)

MILITANTES COMEÇAM GREVE DE FOME A FAVOR DA LIBERTAÇÃO DE LULA

Seis militantes de movimentos sociais começarão hoje, às 16 horas, uma greve de fome pela libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde 7 de abril. Os apoiadores de Lula ficarão em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), para pressionar a presidente da Corte, ministra Carmem Lúcia, a rediscutir a prisão de condenado em segunda instância. (O Valor)

EM BUSCA DE APOIO, PT RIFA CANDIDATOS AO SENADO

Para garantir apoio ao seu candidato à presidência da república, o PT está abrindo mão de lançar concorrentes na disputa ao Senado em vários estados. No Maranhã, o partido rifou a candidatura própria para apoiar nomes escolhidos pelo governador Flávio Dino (PCdoB). No Ceará, o PT desistiu de tentar a reeleição de José Pimentel para ajudar na reeleição de Eunício de Oliveira (MDB). No Amazonas, o partido abriu mão de ter candidato próprio para apoiar a reeleição e Vanessa Grazziotin (PCdoB). No Piauí, os petistas vão apoiar Ciro Nogueira (PP), em detrimento da reeleição de Regina Souza (PT). Membro do diretório nacional do PT, Marcio Jardim, que teve a candidatura ao Senado no Maranhão preterida diz que o “PT tem feito muitos gestos para o PCdoB”. Com estas decisões o PT deverá ter sua banda reduzida consideravelmente no Senado a partir de 2019. (Estadão)











Robaina: “Temos as mãos limpas e proposições concretas”


Roberto Robaina, candidato ao governo do RS pelo PSOL - Foto: Reprodução do facebook



O vereador Roberto Robaina, nascido em Porto Alegre, em 1967, foi confirmado candidato do PSOL ao governo do Rio Grande do Sul pela convenção do partido, realizada em 22 de julho, na Câmara Municipal de Porto Alegre. Ele participou da fundação do partido em 2003. Três anos depois foi, pela primeira vez, candidato ao Palácio Piratini. Nas eleições de 2012 disputou a prefeitura da capital gaúcha. Em 2014, novamente o governo do Estado. Não obteve sucesso em nenhuma dessas tentativas. 

Formado em História, com mestrado em Filosofia, Robaina baseia sua atuação política nos movimentos sociais, como o sindical e o estudantil, em que iniciou sua atividade, em 1982, liderando mobilizações pelas Diretas, Já. Ele lembra que nenhum dos parlamentares eleitos pela legenda ao Congresso Nacional está envolvido com a Lava Jato. “Temos as mãos limpas e proposições concretas.” O PSOL, ressalta, não aceita “a política de balcão de negócios que foi reproduzida por todos os governos na Nova República, sem exceções”.

Para superar a crise em que o estado se encontra, Robaina defende a adoção de quatro medidas: suspensão do pagamento da dívida com a União, luta pela revogação da Lei Kandir, revisão dos incentivos, das desonerações e das isenções fiscais e o combate à sonegação.

1 – Por que os gaúchos devem votar no senhor e não em seus adversários?

– Desde as Jornadas de Junho de 2013, o povo brasileiro demonstrou que não está mais disposto a aceitar as velhas fórmulas. Foi uma contestação de tudo que está aí: o sistema político-econômico, os partidos, as representações. As soluções apresentadas pelos partidos tradicionais para a crise do Estado são sempre as mesmas: austeridade, cortes nos serviços prestados ao povo, mas sem coerência – uma das primeiras medidas de Sartori, por exemplo, foi aumentar seus salários e de seus secretários. O mesmo aconteceu em Porto Alegre, onde Marchezan diz que não há dinheiro, mas deu aumento substancial para dois de seus secretários.

O PSOL é um partido que encarna essa indignação contra o sistema que está posto. É o único partido que elegeu parlamentares ao Congresso Nacional nas últimas eleições sem qualquer envolvimento nas investigações da Operação Lava-Jato. Temos as mãos limpas e proposições concretas. Nossos parlamentares são eleitos os melhores do Congresso Nacional todos os anos.

2 – O que o senhor fará para conquistar o voto dos eleitores desiludidos com a política e os políticos que, segundo as pesquisas eleitorais, chegam a 30%?

– Levaremos à população gaúcha nossas propostas e nossas ideias. A desilusão com a política que está aí nós também temos. Não aceitamos a política de balcão de negócios que foi reproduzida por todos os governos na Nova República, sem exceções. Somos um partido que faz política diferente, e a população gaúcha terá condições de perceber isso e optar pelo nosso projeto no dia 7 de outubro.

3 –  A crise de finanças do Estado tem solução? Qual?

– Há solução, que passa por medidas que os governos do Estado até hoje não tiveram coragem de executar.

Primeiramente, nós já dizíamos em nossa primeira eleição ao governo do Estado, em 2006, que era necessária uma auditoria pública da dívida. Em 2010 e 2014, defendemos a suspensão do pagamento dessa dívida, que na nossa ótica já foi mais do que paga, e fomos taxados de radicais. Agora, em 2018, todos reconhecem a anomalia que é representada por essa dívida, que sangra os cofres públicos sem perspectiva de solução – quanto mais se paga, mais se deve. Até mesmo o STF, em decisão liminar, suspendeu o pagamento dessa dívida. Portanto, a primeira solução para a crise de finanças é a suspensão do pagamento da dívida com a União.

A segunda medida é o fim da Lei Kandir. Essa lei desonerou os produtos primários para exportação da cobrança de ICMS, com a promessa de recomposição das perdas pela União. Só que essa recomposição foi irrisória. Levantamentos apontam que a Lei Kandir já fez o Estado perder R$ 65,5 bilhões – valor que resolveria a questão da dívida –, mas a União só ressarciu R$ 15,5 bilhões. São R$ 50 bilhões de perdas reais para o Estado. Além disso, a Lei Kandir não trouxe benefícios à economia: ao desonerar o produto primário, estimula a exportação, por exemplo, de grãos não beneficiados, ou seja, de produtos de baixo valor agregado, levando a uma primarização da economia e, em última análise, à desindustrialização. É uma péssima lei sob qualquer ótica. O governador precisa envolver-se pessoalmente na luta política pela revogação da Lei Kandir.

A terceira medida é a revisão dos incentivos, das desonerações e das isenções fiscais. As políticas de incentivos fiscais implementadas nas últimas décadas favorecem grandes empresas que recebem isenções gigantes, prejudicando a sociedade. Não cumprem a contrapartida de gerar mais empregos e provocam uma perda de arrecadação no caixa do governo que poderia ser investida em saúde, segurança e educação. Em um momento de escassez clara de recursos e de dificuldades do estado prestar os serviços mais básicos, caberiam revisões de desonerações fiscais concedidas, algumas das quais com pouca transparência e rara informação sobre o retorno social e econômico dessas renúncias. Para se ter uma ideia, o Fundopem oportunizou uma isenção de 380 milhões de reais ao empresário Lírio Parisotto e sua empresa Videolar Innova que, como contrapartida, abriu cinco vagas de emprego para os gaúchos. Não há justificativa para uma política como essa.

A quarta medida é o combate à sonegação. Segundo o Sindicato dos Técnicos do Tesouro do Estado do RS (Afocefe), através do instrumento Sonegômetro, estima-se que o Estado tenha perdido, apenas em 2017, R$ 7,8 bilhões com a sonegação de impostos. Como eixo estratégico para enfrentar a crise é necessário buscar mecanismos permanentes de combate à sonegação. A importância da integração e do trabalho articulado entre as carreiras e demais secretarias de Estado e da necessidade de aliar a fiscalização virtual com a ostensiva. A presença física do Estado aumenta a percepção de risco e não permite que a sonegação tenha trânsito livre, coibindo também, outros crimes a ela relacionados. Por isso a defesa pelos auditores fiscais do Sindifisco e do Afocefe pela valorização e pela autonomia da Administração Tributária, para fortalecer a máquina pública do Estado a fim de defendê-lo de uma contabilidade paralela. É necessária uma cobrança ativa dos grandes devedores do Estado.

4 – Se eleito, qual será o seu primeiro ato, após a posse em 1º de janeiro de 2019?

– Chamaremos as representações dos servidores públicos para determinar o início de um trabalho para revolucionar a gestão do Estado, reestabelecendo o pagamento em dia e construindo um plano de ação de emergência. O Estado passa por enormes dificuldades. São tantos problemas em todos os setores que é difícil definir apenas um ato. Mas acreditamos ser necessário iniciar pelas finanças e, por isso, decretaremos a suspensão do pagamento da dívida pública e iniciaremos o chamado aos servidores da Secretaria da Fazenda para estabelecer planejamento quanto às isenções, desonerações e incentivos fiscais e quanto à sonegação.

Próxima entrevista: Júlio Flores, do PSTU.

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