sexta-feira, 6 de julho de 2018





A sexta-feira até pode ser russa, mas tem que ser verde-amarela.  Foto: Lucas Figueiredo/CBF






"Quem interpreta que o Exército pode intervir [como na ditadura], é porque não conhece as Forças Armadas e a determinação democrática, de espírito democrático, que reina e preside em todos os quartéis". General Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército.








Estadual

SETE PRÉ-CANDIDATOS AO PIRATINI SABATINADOS POR PREFEITOS

A exatamente três meses das eleições gerais, em outubro, sete pré-candidatos ao governo do Rio Grande do Sul participaram, ontem, de um painel público promovido pela Associação dos Municípios do RS (FAMURS). O evento aconteceu no Teatro Dante Barone, na Assembleia Legislativa, durante o 38º Congresso de Municípios do Rio Grande do Sul. Este é o segundo encontro dos prefeitos gaúchos com os pré-candidatos ao Piratini, o primeiro aconteceu em fevereiro desse ano. Os pré-candidatos – Eduardo Leite (PSDB), Abigail Pereira (PCdoB), Jairo Jorge (PDT), Miguel Rossetto (PT), Luís Carlos Heinze (PP), Matheus Bandeira (Novo), e Roberto Robaiana (PSOL) – foram sabatinados sobre meio-ambiente, saúde, educação, segurança e a situação financeira do Estado. O governador José Ivo Sartori só compareceu na cerimônia de posse da nova diretoria da FAMURS, depois da sabatina, porque ainda não é candidato à reeleição. Abigail Pereira, do PCdoB, ressaltou ser a única mulher entre todos os candidatos e que elas estão dando exemplo de luta, mas não existe igualdade na política. Rossetto (PT) afirmou que o momento atual do país é um dos mais difíceis da história. Os três pré-candidatos que já foram prefeitos – Jairo Jorge (Canoas), Eduardo Leite (Pelotas) e Luís C. Heinze (São Borja), destacaram as suas origens. Jairo disse que ser prefeito é ser o governador do município, Leite lembrou que governou com a falta de recursos e Heinze ressaltou que o Estado tem que renegociar a dívida com a União e recuperar os recursos perdidos com a Lei Kandir. Mateus Bandeira defendeu a necessidade de renegociar a dívida com o governo federal e criticou a assembleia por não permitir o plesbicito das estatais. O vereador e pré-candidato pelo PSOL, Roberto Robaina participou apenas da abertura do evento porque foi a uma reunião de negociação entre os funcionários da Procempa e a Prefeitura de Porto Alegre. (Jornal do Comércio)   

Nacional

BLOCÃO NÃO VAI ACONTECER

Depois da reunião-jantar na noite de quarta-feira, na sede do PRB, o “blocão” se partiu. O DEM deve se aliar ao PSDB de Geraldo Alckmin, o PP vai com Ciro Gomes (PDT) e o PR se alinhará com Jair Bolsonaro (PHS). A ideia inicial de ter um candidato apenas de todos estes partidos não acontecerá.  (O Antagonista)

RESCALDO DO DEBATE DOS PRESIDENCIÁVEIS NA CNI

Na última quarta-feira, em São Paulo, durante um debate com os presidenciáveis promovido pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), todos criticaram as decisões do Superior Tribunal de Justiça (STF). Candidatos de todos os matizes políticos chamaram a atenção para que o STF está praticando “ativismo jurídico”. Jair Bolsonaro, por exemplo, quer uma corte com 21 ministros e diz que decisões como a de Ricardo Lewandowski que proibiu a venda de estatais sem o consentimento legislativo “é uma decisão ideológica, para defender o emprego dos companheiros de que o indicou para ser ministro”. Geraldo Alckmin, do PSDB, diz que 11 ministros é o suficiente, mas acredita que o tempo de mandato do ministro deve ser estudada. (Hoje o cargo é vitalício). Já o senador Álvaro Dias, pré-candidato do Podemos, diz que a escolha do ministro pode ser feita através de uma lista tríplice, seguindo critérios de meritocracia e atividades na carreira do candidato. Ciro Gomes, pré-candidato do PDT, afirmou que o Judiciário “precisa voltar para o seu quadrado” com a restauração do poder político no país. (Estadão) 

SEPÚLVEDA DESCONFIA QUE ZANIN ATACOU EDSON FACHIN

Inicialmente prevista para hoje, a visita do advogado Sepúlveda Pertence ao ex-presidente Lula, em Curitiba, acontecerá na semana que vem. Esta será uma conversa definitiva para a permanência de Sepúlveda Pertence na equipe de defesa do ex-presidente. Ex-ministro e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Sepúlveda estava conversando com os atuais ministros do STF para que eles libertassem Lula, preso desde o dia 7 de abril na Polícia Federal de Curitiba, e não gostou da carta enviada por Lula, lida pela senadora Gleise Hoffmann, com fortes críticas ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo. Pertence aviou ao ex-presidente que sua linha de defesa não seria o embate como indica a carta. Segundo Lauro Jardim, O Globo, Sepúlveda Pertence tem certeza de que a carta foi escrita por Cristiano Zanin. (O Globo).  
 
CAMPANHA PRESIDENCIAL DO PT TEM NOVO COORDENADOR

O ex-ministro José Dirceu, recentemente solto pelo ministro do STF, Dias Tófoli, será um dos estrategistas da campanha do Partido dos Trabalhadores. A informação é do blog O Antagonista. No dia do jogo do Brasil com o México, almoçaram na casa de Zé Dirceu em Brasília, a presidente nacional do partido, a senadora Gleise Hoffmann, o seu marido o ex-ministro Paulo Bernardo e outros integrantes da cúpula do PT. Zé Dirceu comemorava a liberdade e a possibilidade de trabalhar abertamente pela campanha presidencial de seu partido. Zé Dirceu está condenado pela Operação Lava Jato a mais de 30 anos de prisão, em segunda instância, e está em liberdade por um habeas corpus do ministro Tóffoli. (O Antagonista)

PT VAI PRIORIZAR DILMA NA PARTILHA DO FUNDO ELEITORAL

O PT já decidiu que destinará de R$1,5 milhão a R$ 2 milhões para seus candidatos ao Senado. Com Dilma Rousseff será diferente. Para não vê-la derrotada nas urnas na disputa de uma das vagas ao Senado por Minas Gerais, o PT vai dar um tratamento especial a ex-presidente. O partido vai destinar a ela maiores recursos na campanha. (Estadão)

HADDAD ENTRA EM CAMPO

A jornalista Eliane Cantahede diz hoje, sem sua coluna no Estadão, que o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad entra em cena unindo o útil, a força do ex-presidente Lula, ao agradável, a sua própria imagem, que extrapola o PT. Para a colunista, em meio a tantos pré-candidatos Lula, mesmo preso, mantém seus “inacreditáveis 30% de intenção de votos e tem o maior potencial de transferência desses votos.” Ainda segundo Eliana, “Lula e Haddad se complementam. Um tem voto, mas alta rejeição. O outro não tem voto e também não rejeição. Um garante a largada, o outro tem de fazer o resto, ampliar os horizontes, ganhar fôlego”.  Haddad, recentemente, buscou sua carteira de advogado na OAB e agora integra a equipe de defesa do ex-presidente, ou seja, tem liberdade para visitar Lula em Curitiba a qualquer momento. (Estadão) 

PARA DELFIM NETO NENHUM CANDIDATO À PRESIDÊNCIA TEM MUSCULATURA PARA ENFRETAR O DÉFICIT FISCAL

Para o ex-ministro da Fazenda, Delfin Neto, o Brasil vive uma situação social “dramática”, com 13 milhões de desempregados e sem alternativas políticas capazes de orquestrar uma solução e recuperar o protagonismo perdido pelo Executivo. O ex-ministro afirma que a solução para o país vai “exigir o sacrifício de todos. Segundo ele, em um cálculo grosseiro, há necessidade de um ajuste de 5% do PIB para estabilizar a dívida fiscal nos níveis de hoje. Mesmo diante deste quadro, avisa o ex-ministro, o Brasil ainda não tem um candidato a presidente com vontade e poder político necessários para implantar as medidas necessárias para recuperar as contas públicas, a começar pela reforma da Previdência. Para o economista de 90 anos apenas um nome capaz de cumprir este papel, nome que ele prefere não divulgar. Informa apenas que não é nenhum dos atuais pré-candidatos à presidência. Diz também que as forças de centro podem se unir quando não haverá mais tempo para reverter o quadro. O ex-ministro também critica o atual Congresso que “motivado por interesses próprios continuam a aprovar medidas que só agravam o rombo”. (UOL)
  
NOVO CIENTISTA POLÍTICO NA CAMPANHA DE PIMENTEL E DILMA EM MINAS

Pouco conhecido no Brasil, o cientista político Felipe Nunes deve coordenar o marketing das principais campanhas do PT em Minas Gerais. Nunes é cotado tanto para a campanha de reeleição de Fernando Pimentel como na campanha para o Senado de Dilma Rousseff. Nunes é visto como um mago das pesquisas e estratégias eleitorais. PHD pela prestigiada UCLA, de Los Angeles, e professor da Universidade de San Diego (USA), hoje, leciona na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). (Estadão)

TALVEZ O CAMINHO SEJA UMA COMPOSIÇÃO CONTRA OS EXTREMOS


Com esta declaração o presidente nacional do PRB, o ex-ministro Marcos Pereira, diz que uma composição com Flávio Rocha (pré-candidato do PRB à presidência da república) como vice na chapa de outro nome de “centro” talvez seja o “caminho para evitar o Brasil dos extremos”. Segundo Pereira, o senador Álvaro Dias, pré-candidato do Podemos à presidência, convidou Flávio Rocha para ser seu vice. O PRB participa do bloco com DEM, PP e Solidariedade que conversa também com Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB). (Estado de Minas)   








 “A VELHA POLÍTICA NÃO MORRERÁ SUBITAMENTE NESSA ELEIÇÃO”

Paulo Moura


Paulo Moura - Foto: Facebook

O cientista e analista político Paulo G. M. de Moura acredita que o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL/RJ) é o nome, entre os pré-candidatos à presidência da República, com condições de vencer a esquerda, “devido à consistência da adesão dos seus seguidores e eleitores que crescem regular e constantemente sem que as críticas dirigidas a ele abalem a decisão de voto desses eleitores”. Paulo Moura é doutor em comunicação social pela PUCRS.

- Apesar de preso, o ex-presidente Lula segue liderando as pesquisas para a presidência da República, com apoio de um terço do eleitorado. Quais as razões para esse cenário político-eleitoral?

Em primeiro lugar, porque os eleitores não sabem que o desastre econômico que se aprofundou no governo Dilma, gerando a recessão e o desemprego recorde que o Brasil experimenta até hoje, teve início no governo de Lula. Mais precisamente a partir do momento em que Guido Mantega assumiu o Ministério da Fazenda e começou o descontrole das contas públicas.

Lula tem hoje três tipos de eleitores. Um contingente de eleitores de baixa renda e baixo grau de instrução, que tem memória residual do período dos governos Lula em que os aumentos do salário mínimo e a distribuição do Bolsa Família produziram ganhos de renda para esse segmento. Um segundo grupo que é um eleitor de recall da “marca Lula”, mais lembrada devido ao tempo de exposição de Lula na mídia no passado. E o terceiro grupo é de eleitores ideológicos que nutrem devoção messiânica pelo petista, negando-se a reconhecer as provas dos seus crimes e recusando qualquer senso crítico em relação às práticas do político, hoje, preso.


- Entre os pré-candidatos a presidente, quem tem condições de vencer a esquerda. Por quê?

Hoje, em se considerando as pesquisas, Bolsonaro, devido à consistência da adesão dos seus seguidores e eleitores que crescem regular e constantemente sem que as críticas dirigidas a ele abalem a decisão de voto desses eleitores. A força de Bolsonaro vem da situação da segurança pública no país e da decepção dos eleitores com a política tradicional. Como ele não está envolvido nos escândalos de corrupção e tem um discurso contundente sobre a segurança pública (sem entrar no mérito das propostas), ele é percebido como alguém capaz de mudar radicalmente a situação em que o país se encontra.

- Há condições para construir uma candidatura única de centro?

Hoje, tal como o cenário se encontra, nenhum nome se destaca como capaz de unificar os diferentes nomes do establishment, convencionalmente chamado de centro.

- Os políticos e os partidos que, hoje, dominam o Congresso seguirão dominando na próxima legislatura? Ou há possibilidade de renovação?


Creio que devido às regras eleitorais criadas por esses políticos para garantir sua sobrevivência, a velha política não morrerá subitamente nessa eleição. Mas acredito que estamos diante de uma eleição disruptiva e que muita surpresa emergirá das urnas.

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