Ministro do STF Edson Fachin - Valter Campanato/Agência Brasil
“No fundo o que está em jogo é o direito de cada indivíduo de tentar melhorar a sua biografia, e corrigir o azar de ter nascido no lugar errado, na época errada”. Luiz F. Veríssimo sobre a crise migratória.
Nacional
PSB VAI APOIAR CIRO GOMES NA DISPUTA
PELA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
O
PSB já tem maioria para definir apoio à candidatura de Ciro Gomes (PDT à
presidência da república. A informação é do deputado federal, Júlio Delgado
(MG), vice líder do PSB na Câmara Federal. Segundo o deputado, a expectativa é
que dos trâmites estejam concluídos nos próximos 15 dias para anunciar
oficialmente o apoio. Na segunda-feira (25) om presidente do PSB, Carlos
Siqueira, consultou os presidentes dos diretórios estaduais e a maioria optou
por apoiar Ciro Gomes. Logo depois Siqueira consultou os cinco governadores e a
maioria também optou por apoiar o ex-governador do Ceará. Apenas Márcio França,
governador de São Paulo, prefere apoiar Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB
à presidência. Mário França era o vice de Alckmin no governo de São Paulo e assumiu
o cargo depois que o pré-candidato do PSDB renunciou ao cargo. (Estadão)
DILMA ROUSSEFF CONFIRMA QUE SERÁ
CANDIDATA AO SENADO
A
ex-presidente Dilma Rousseff confirmou, pela primeira vez, que é pré-candidata
ao Senado pelo estado de Minas Gerais. “Não vou me furtar a participar de uma
luta que eu julgava que não teria mais participação ativa eleitoral”, afirmou
Dilma. Ela ainda justificou sua candidatura com a prisão e condenação do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o impeachment que ela mesmo sofreu em
2016. Em abril a ex-presidente mudou seu domicílio eleitoral do Rio Grande do
Sul para Minas Gerais, seu estado natal, para concorre ao governo de Minas ou
ao Senado. Como o governador Fernando Pimentel (PT) vai concorrer à reeleição,
Dilma vai tentar uma das duas vagas ao Senado. Nas pesquisas mais recentes ela
lidera as intenções de votos. (Jornal do Comércio)
Estadual
JOSÉ SARTORI E EDUARDO LEITE TEM OS
MAIORES TEMPOS NA TV
As
conversas continuam entre os partidos na busca de alianças para as eleições de
outubro. Hoje, a menos de 30 dias da data inicial prevista por lei para as
convenções partidárias, a coligação que tem o governador José Ivo Sartori como
pré-candidato a reeleição tem o maior tempo na TV e na rádio no horário de
propaganda eleitoral. Com o apoio do PSB e do PSD, José Ivo Sartori (MDB) terá
6 minutos e 8 segundos. Logo depois aparece o pré-candidato do PSDB, Eduardo
Leite, com 4 minutos e 24 segundos. O PSDB do ex-prefeito de Pelotas até o
começo deste ano era o maior aliado de Sartori e hoje está aliado com PTB, PPS
e PHS. Agora, os dois candidatos estão buscando o apoio do PR e do PRB, dois
partidos que já decidiram que vão juntos para uma das duas coligações. O apoio
de PR e PRB significa mais 2 minutos e 34 segundos de tempo na propaganda
eleitoral (Gaúcha ZH)
ANA AMÉLIA E PAIM LIDERAM PESQUISA PARA
O SENADO
Os
senadores Ana Amélia (PP) e Paulo Paim (PT) lideram as pesquisas para o Senado
na busca pela reeleição. Ana Amélia que busca a sua primeira reeleição lidera
com 35,7% das intenções de votos segundo a pesquisa do Instituto Methodus
publicada hoje pelo Correio do Povo. Paulo Paim que também quer continuar no
Senado tem 32,2% das intenções de votos. Em terceiro aparece o ex-governador
Germano Rigotto (MDB) com 22,5% seguido por Beto Albuquerque (PSB) com 20%. O
também ex-governador Alceu Colares (PDT) tem 16% das intenções de voto. Na
eleição de outubro serão eleitos dois senadores por estado e pelo Distrito
Federal. (Correio do Povo)
GOVERNO SARTORI É REPROVADO POR 65% DOS
GAÚCHOS
O
Correio do Povo publica hoje pesquisa do Instituto Methodus sobre o atual
governo estadual. A grande maioria dos pesquisados (65,7%) desaprovou a gestão
do governador José Ivo Sartori (MDB) e 30,3% aprovaram o governo. José Ivo Sartori
é candidato à reeleição so governo do estado em outubro. Já a gestão do
presidente Michel Temer foi reprovada pela grande maioria dos gaúchos – 79%.
(Correio do Povo)
JOSÉ OTÁVIO GERMANO AFASTADO PELO PP
Réu
de dois processos na Lava Jato e depois de um escândalo com travestis, semana
passada, o deputado federal José Otávio Germano foi afastado da comissão
executiva e do Diretório Estadual do PP. O partido alegou, em nota, que os
fatos “foram lamentáveis no campo da moral e da ética.” A nota diz também que o
caso será encaminhado ao Conselho de Ética do partido. A candidatura à
reeleição do deputado está em suspenso. O inclusão do nome de José Otávio na
lista de candidatos à deputado federal será decidida pelo Diretório estadual do
partido nos próximos dias (Jornal do Comércio)
Risco do predomínio da segurança pública
na campanha eleitoral: surgimento de propostas punitivas
Rodrigo
Ghiringhelli de Azevedo
Arquivo pessoal.
Sociólogo
e professor titular da Escola de Direito da PUCRS, Rodrigo Ghiringhelli de
Azevedo é membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do Instituto de
Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos (INCT-InEAC).
Ele considera que as propostas para a segurança podem definir o voto do eleitor
para governador e presidente.
- Entre os assuntos que mais preocupam
os brasileiros está a segurança. O candidato com uma plataforma baseada na
segurança tem condições de ganhar a eleição para o governo do RS e para a
presidência da República?
A
questão da segurança pública pode ser considerada hoje o grande déficit
democrático do Brasil. Com mais de 60 mil homicídios ao ano, o Brasil é o país
com o maior número absoluto de mortes violentas. A criminalidade urbana
violenta, caracterizada principalmente por roubos e crimes sexuais é alta e
atemoriza especialmente moradores de regiões de periferia, desassistidas da
presença do Estado. Também verificamos a interiorização de práticas criminais,
desde o crime de rua até os assaltos a banco e o abigeato, entre outros crimes,
que atingem cidades que muitas vezes não contam com serviços de segurança
minimamente adequados. Há a disseminação de uma cultura de violência, em que a
falta de confiança nas instituições de justiça e segurança e o domínio
territorial por grupos que gerenciam os mercados ilegais acabam favorecendo
práticas de justiçamento pelas próprias mãos e o surgimento de milícias
privadas, muitas vezes com a participação de integrantes das forças policiais,
que lucram com o medo e a insegurança. Por tudo isso, o tema é central hoje na
agenda política, e a maior ou menor capacidade dos candidatos a cargos
majoritários de apresentarem soluções pode sim ser um elemento chave para a
definição do voto nas eleições de 2018.
- Qual o perigo de uma campanha que
explore a segurança?
O
grande risco de que predomine o chamando populismo punitivo, ou seja, a
apresentação de colocar a segurança pública no centro da agenda política é a
tendência de propostas que podem agradar o eleitor amedrontado, mas que não
possuem racionalidade ou capacidade efetiva de melhorarem os indicadores da
criminalidade. Ao invés de debater a carência de políticas de prevenção, que
integrem a União, estados e municípios em ações focadas nas áreas de maior
violência, com participação de diversas agências governamentais e da sociedade
civil, e a qualificação da ação das polícias em suas tarefas de policiamento
ostensivo e investigação criminal, acaba predominando o discurso punitivista,
que tem força retórica, mas pouca eficácia no combate ao crime.
- Em que falharam as políticas de
segurança no RS e no Brasil?
Desde
a redemocratização, o Estado brasileiro foi incapaz de olhar para a questão da
segurança pública como um tema prioritário. Com isso, não se reestruturaram as
estruturas policiais, bastante defasadas e marcadas pela repressão política
durante a ditadura. Temos hoje uma estrutura de policiamento dual, com a
divisão do ciclo de policiamento, e pouca integração entre polícias civis e
militares. Não há transparência na gestão, pois a produção de dados ainda é
precária e não é incorporada como ferramenta de governança das políticas de
segurança. Não temos, por exemplo, pesquisas periódicas de vitimização, que são
fundamentais para compor um quadro mais fidedigno sobre as reais dimensões da
criminalidade. A União e os municípios tem, já no desenho constitucional, papel
secundário nas políticas de segurança, que fica a cargo dos estados, o que leva
a uma grande fragmentação e à descontinuidade das políticas implementadas. Por
fim, diante da falência das políticas de segurança, a opção dos governos tem
sido a de acentuar a repressão policial, especialmente dos mercados ilegais,
que leva ao aumento do número de presos provisórios e à superlotação
carcerária, alimentando o domínio do ambiente carcerário por facções criminais
e retroalimentando a cultura da violência.
- Há perspectivas de solução para o
problema?
A
solução para o problema da segurança pública passa necessariamente pelo
reconhecimento por parte do sistema político de que o não enfrentamento deste
tema mina a própria legitimidade do Estado brasileiro e de suas instituições.
Um Estado que não garante a segurança pública não tem condições de obter a
adesão dos cidadãos para seus projetos e políticas. Passa também pelo reconhecimento
de que há limites para a intervenção punitiva e repressiva do Estado em
democracia. A democracia não é apenas o regime em que as pessoas podem votar e
ser votadas, com alternância no poder e liberdade de expressão. É também o
regime em que os indivíduos, sejam quem forem, e façam o que fizerem, contam
com a proteção de um sistema de garantias, as regras constitucionais e
processuais penais, que quando desconsiderados nos colocam diante de um regime
autoritário, um Estado de exceção. A ideia de que o combate ao crime exige a
flexibilização de garantias é equivocada. Um dos principais desafios para a
implementação de políticas de segurança pública efetivas no Brasil é justamente
a contenção da violência abusiva por parte das políticas e no sistema prisional.
Precisamos elevar a legitimidade do Estado na área da segurança, e isto só é
possível qualificando a ação das instituições policiais e penitenciárias, que
devem atuar dentro da lei. É necessário que se construa um pacto político
nacional pela garantia do direito à vida. É inaceitável que tenhamos uma taxa
de 30 homicídios por 100 mil habitantes, e que as vítimas sejam pobres, negros,
moradores de periferia, e nada seja feito. Garantir o esclarecimento e a
responsabilização pelas mortes violentas, e implementar políticas de prevenção
que retirem os jovens de contextos criminais e permitam uma construção
identitária desvinculada da cultura da violência são desafios urgentes e
fundamentais para o fortalecimento da democracia.
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