Sergio Araujo
“Ele
achou que ia ganhar credibilidade apenas com a reforma econômica e com a
reforma da previdência. Mas aconteceu o contrário. Temos um presidente execrado
pela população”. Miguel Reale Júnior, autor do pedido de impeachment de Dilma
Rousseff, sobre o descrédito popular de Michel Temer.
OS JOVENS FORAM OS
QUE MAIS COMPREENDERAM QUE O PAÍS VIVE UMA
CRISE DE REPRESENTAÇÃO POLÍTICA
Carlos A. Gadea
“Não arrisco dizer que algum
movimento social tal qual o conhecemos possa cumprir um papel importante na próxima eleição"
Coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
da Unisinos, o professor Carlos A.
Gadea, pós-doutor pela University of Miami, atua em temas como Ações coletivas
e Movimentos Sociais e Juventude e Cultura. E é sobre esses assuntos que fala à
NS2 Consultoria. Afirma que “não há muito para aguardar dos movimentos sociais
clássicos” e que os jovens até 24 anos são os herdeiros dos problemas que o
país vem enfrentando.
Qual será o papel
dos Movimentos Sociais nas eleições de 2018?
O ciclo político caracterizado pelos governos do
PT, até não faz muito tempo, caracterizou-se por uma forte prática política de
consensos e de “pacto social” que levou a certa pacificação no que respeita a
mobilizações sociais. Muitos movimentos sociais, inclusive, se integraram à
dinâmica política imposta pelo ciclo, com lideranças que formaram parte da
estrutura de governo. A esperança de que estes governos representassem caminho
livre para a materialização das demandas fez com que a inquietação social
diminuísse, instaurando-se uma cultura política caracterizada, em primeiro
lugar, por uma excessiva dependência da cidadania da atuação das instituições
ou organismos públicos (com o correlato de uma mentalidade um tanto “Estado-centrica”)
e, em segundo lugar, por uma conseguinte redução do embate político de setores
da oposição no sistema político. Aliás, até 2013, pode-se afirmar que no Brasil
praticamente não teria existido uma oposição política clara ao ciclo político de
signo petista. O problema que se derivou disso foi a excessiva autoconfiança de
setores políticos do governo, algo que teria levado a alguns desacertos na
interpretação dos acontecimentos do ano de 2013, momento da maior crise do
modelo de representação política.
Dito isto, ou os movimentos sociais fecharam filas
junto ao modelo político do ciclo petista, ou abriram um horizonte de
incertezas no que respeita as formas e conteúdos das mobilizações. As respostas
a este novo cenário foram, por exemplo, recorrer a se organizar e manifestar de
forma direta, sem a mediação de instituições partidárias, sindicais ou de
organizações sociais tradicionais, ou realinhar-se em torno de setores
políticos partidários com mínima carga de representação no campo das mobilizações
sociais. Um exemplo disso é a pré-candidatura de Boulos pelo PSOL à Presidência
da República, um conhecido ex-líder de um movimento social de significativa
expressão pública, fundamentalmente como um elemento residual da confluência
entre o ciclo político petista e as mobilizações de 2013. Algo semelhante se
pode perceber nos gestos políticos recentes da pré-candidata Manuela D´Ávila
(PCdoB), ao incorporar uma série de demandas e posicionamentos políticos
canalizados, anteriormente, pelo heterogêneo movimento feminista do país.
Digamos que esta estratégia “desde o interior” do sistema político é uma
novidade curiosa que se apresenta como cenário nas próximas eleições, com o
correlato da desmobilização social autônoma, tal como 20 anos atrás parecia se
ter no país (com temas que iam desde o meio ambiente até os étnico-raciais). Em
síntese, enquanto movimento social, alguns podem chegar a ter papel importante
em setores políticos da esquerda tradicional e menos liberal do país (PCdoB,
PSOL, PT) assistindo na elaboração de discursos políticos eleitorais para
atrair a atenção por demandas identitárias concretas; mas outros, talvez de
novo tipo, e que ainda não possuem o grau de organicidade esperado, podem estar
inseridos nessa nova incerteza que depara a finalização de um ciclo político,
só conseguindo pronunciar e evidenciar a crise atual da representação política.
Não há muito para aguardar dos movimentos sociais
clássicos, além do previsível, e muito menos daquelas mobilizações que desde
2013 e 2014 nos acostumaram com a sua espontânea presença. Inclusive, dentro
das teorias dos movimentos sociais, alguns críticos, como eu, estamos até
começando a questionar se a noção de “movimento social” é a adequada para dar
conta do presente mobilizatório. Em algum lugar, particularmente, me decidi por
denominar em “experiências coletivas de conflito” a essa emergência de ações
coletivas no contexto atual. Em definitivo, não arrisco dizer que algum movimento
social tal qual o conhecemos possa cumprir um papel importante na próxima
eleição. No grau de contingência política existente, uma mobilização
espontânea, inorgânica, sem pretensões maiores, pode ser de preponderância no
desenho do quadro político eleitoral muito mais que movimentos sociais
clássicos e conhecidos. Se não, vejam o que aconteceu com a mobilização dos
caminhoneiros recente.
E
que papel desempenhará a juventude? Quais as suas principais reivindicações?
A heterogênea população jovem, considerando aqueles
que exercerão o direito ao voto neste ano, é a que mais pareceu compreender
que, antes de qualquer coisa, o país vive uma inegável crise de representação
política; primeiro sinal da proximidade de uma crise política mais profunda. Os
jovens (principalmente até os 24 anos) vêm nos últimos anos assistindo a
reviravoltas contínuas no cenário político, ao mesmo tempo em que são os
herdeiros, de última hora, de um modelo econômico que veio junto com políticas
sociais assistencialistas, o consumo como acesso à cidadania, o deterioro dos
índices educativos no ensino básico (com a paradoxal ampliação de centros de
ensino terciários), a precariedade laboral (expansão de “call centers”), os
discursos identitários e o novo tipo de conflitualidade social decorrente,
dentre outros. Como grupo etário, não necessariamente desempenharão um papel
que lhe seria atribuído como importante, mas sim, certamente, como potencial
articulador de demandas e escolhas políticas que podem nos surpreender um tanto
como resultado dessa percepção sobre a crise de representação política.
Exaustão do ciclo político passado é um sintoma claro; bem como necessidade de
novas expectativas políticas que parecem mais alocadas no espaço privado que no
espaço público. A reserva, o privado e o afastamento dos signos que associam a
política a um espaço do político como inevitavelmente condescende com a
corrupção e os privilégios são os gestos que, atualmente, parecem caracterizar
nossos jovens.
14º
CONGRESSO DA FEDERASUL: DESENVOLVER E TRANSFORMAR
Começa
hoje â tarde, em Gramado, o 14º congresso da Federação de Entidades Empresarias
– FEDERASUL – que terá como atração principal um debate entre quatro
pré-candidatos ao governo do estado. Com a mediação de Simone Leite, presidente
da FEDERASUL, os pré-candidatos Eduardo Leite (PSDB), Jairo Jorge (PDT), Luiz
Carlos Heinze (PP) e Mateus Bandeira (NOVO) estarão discutindo como “Construir
um Rio Grande do Sul Livre e voltado ao desenvolvimento”. Serão duas horas e 10
minutos em que os quatro pré-candidatos vão dizer como querem desenvolver o
estado a partir de 2019. O governador José Ivo Sartori (MDB) não aceitou
participar do debate. O governador vai falar durante a abertura oficial do
evento às 19h. O congresso da FEDERASUL encerra no sábado pela manhã. (FEDERASUL).
SOMENTE OS ALINHADOS A VALORES LIBERAIS
Gerou polêmica a decisão da Federasul, que realiza seu 14º Congresso, em Gramado, para o qual foram convidados apenas quatro pré-candidatos ao Piratini: Eduardo Leite (PSDB), Jairo Jorge (PDT), Luis Carlos Heinze (PP) e Matheus bandeira (NOVO). Os participantes terão, cada um, 15 minutos para responder a questão “Como construir um Rio Grande do Sul livre e favorável ao desenvolvimento?” O presidente estadual do PT, Pepe Vargas, criticou, em nota, a decisão, que classificou de lamentável. Segundo a presidente da Federal, Simone Leite, não foram convidados os pré-candidatos Miguel Rossetto (PT), Abgail Pereira (PCdoB) e Roberto Robaina (PSol), por não defenderem valores liberais. Sartori (MDB) foi convidado mas declinou pois ainda não confirmou a tentativa de reeleição. (Taline Oppitz/CP)
VICE DA FIESP PODE SER O VICE DE CIRO GOMES
Nesta quinta-feira(7) o empresário Benjamim Steinbruch deixou a diretoria da Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP). Ele poderá ser o vice na chapa de Ciro Gomes (PDT) na candidatura à presidência da República. Benjamim é o presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Na empresa é dado como certa a participação de Steinbruch na campanha do presidenciável Ciro Gomes. Benjamim se filiou ao PP recentemente. Segundo a revista Época, Ciro e Benjamim são amigos. No entanto, Ciro Gomes prefere tem o PSB a seu lado e, para isto, pensa em dar ao partido a indicação de seu vice. (Época).
MARINA SILVA: PSDB E PT PRECISAM DE FÉRIAS
Em entrevista à rádio Jovem Pan, de São Paulo, Marina Silva pré-candidata à presidência da república disse que não será vice de Geraldo Alckmin(PSDB) e muito menos admite o ex-governador de São Paulo como seu vice. Marina afirmou que o “PSDB e o PT precisam de férias. A época deles governarem já passou. Tenho respeito pelas candidaturas, os partidos tem o direito de lançá-las, mas farei isto sem descontruir ninguém.” Marina Silva que será candidata à presidência da República não quis adiantar quem poderá compor a sua chapa. (Rádio Jovem Pan)
PT LANÇA HOJE PRÉ-CANDIDATURA DE LULA
Preso há 60 dias, o ex-presidente enviou uma carta aos petistas reafirmando sua intenção de concorrer à presidência da república. Esta carta será lida hoje, em Contagem, Minas Gerais, onde o PT faz ato de lançamento do ex-presidente, mesmo preso, como candidato. Nesta quinta-feira Lula recebeu as visitas do ex-ministro Jaques Wagner e do governador do Piauí, Wellington Dias e disse aos dois que vai reivindicar o direito de concorrer à presidência após a oficialização da sua pré-candidatura. Neste mesmo encontro o ex-presidente defendeu que o seu vice seja um candidato de outro partido. O governador Wellington Dias disse que “Lula está vem de saúde, ocupa seu tempo em preparar um plano de governo, e que vai disputar a eleição pra valer”. Na carta de Lula que será lida hoje o ex-presidente diz que “sonha em ser o presidente de um país em que todos tenham direitos e ninguém tenha privilégios (UOL)
PT NAMORA PSB
No encontro deste final de semana em Minas Gerais, o PT fará um declaração de que deseja o PSB como seu aliado em outubro afirmando que o acordo nacional prevalecerá sobre os acordos estaduais. O PT e o PSB discutem alianças em Pernambuco e Minas Gerais. Em Pernambuco o PSB busca a reeleição e em Minas Gerais o PT quer mais um mandato. (Folha de São Paulo)
DEM E PP PODEM APOIAR CIRO GOMES
Com o objetivo de não ficarem isolados na oposição, PP e DEM examinam a possibilidade de darem apoio ao pré-candidato do PDT à presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes. Os líderes dos dois partidos avaliam que se não apoiarem Ciro agora correm o risco de ficarem isolados na oposição a partir de 2019. Avaliam também que se Geraldo Alckmin (PSDB) ganhar a eleição vai precisar dos dois partidos para governar. Com esta estratégia estariam bem posicionados a partir de janeiro, fazendo valer suas ideias e seus projetos. Entre os dirigentes do DEM este pensamento ganhou corpo quando o próprio PSDB colocou em dúvida as chances do ex-governador de São Paulo vencer as eleições. (Folha de São Paulo)
ELEIÇÕES
2018
O
ex-governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB à presidência da república
quer utilizar em sua campanha a estratégia que elegeu Marcelo Crivella (PRB)
prefeito do Rio de Janeiro em 2016. Os militantes estão sendo treinados para
discutir ideias, levantar debates em qualquer lugar, na família, no bar. E a
lição número um é não ser agressivo. Em Minas Gerais, parte do PT trabalha com
a possibilidade de indicar Dilma Rousseff como candidato ao governo mineiro
substituindo Pimentel. Estes petistas dizem que Dilma teria a grande
oportunidade de discutir com Anastasia, candidato do PSDB e o relator do
processo de impeachment. Já no PSL o pouco tempo de TV e rádio que terá Jair
Bolsonaro não preocupa. Para eles quanto menos Bolsonaro falar melhor (Estadão)
Nenhum comentário:
Postar um comentário