Trilhas, caminhos, rotas, destinos... Foto: Sergio Araujo
“Não
farei acordo com o diabo para ter tempo de TV. Propaganda hoje é feita com isso
aqui (mostrando o celular). Tivemos o exemplo nos Estados Unidos, ninguém
acreditava no Trump, mas ele ganhou”. Jair Bolsonaro em comício realizado
quinta-feira em São Luís (MA).
HENRIQUE
MEIRELES EM PORTO ALEGRE
O pré-candidato do MDB à
presidência da república vem a Porto Alegre, neste final de semana. O
ex-ministro da fazenda vai participar do encontro estadual das mulheres do MDB,
que apoiam a sua candidatura. Amanhã pela manhã, na sede do partido em Porto
Alegre, Meirelles será sabatinado por jornalistas (Polibio Braga)
FLÁVIO
ROCHA VISITA NOVO HAMBURGO NESTA SEXTA-FEIRA
A partir das 14h de hoje, na
sede da Associação Comercial e Industrial (ACI) de Novo Hamburgo fala Flávio
Rocha, pré-candidato à presidência da república pelo PRB. Flávio é o
proprietários das Lojas Riachuelo. O senador Álvaro Dias (Podemos) também
pré-candidato à presidente da república, quer Flávio Rocha como seu candidato à
vice. (Polibio Braga)
CIRO
DIZ QUE VAI PARA O SEGUNDO TURNO CONTRA GERALDO ALCKMIN
O pré-candidato à
presidência da república pelo PDT, Ciro Gomes, reafirmou que vai disputar o
segundo turno contra Geraldo Alckmin (PSDB) e não contra o deputado Jair
Bolsonaro que lidera as pesquisas de opinião no cenário sem o ex-presidente
Lula. “Minha questão contra o Bolsonaro não é contra a pessoa Bolsonaro, mas
contra o fascismo” enfatizou Ciro. Geraldo Alckmin e Ciro Gomes ocupam posições
intermediárias nas pesquisas, atrás de Bolsonaro, Marina Silva e o
ex-presidente Lula. Os dois pré-candidatos estão buscando apoio nos partidos de
centro como DEM, PP e Solidariedade para formarem coligações. Segundo Ciro nada
está definido e isto só vai acontecer no final de julho. As convenções
partidárias que vão definir os candidatos só podem acontecer depois do dia 20
de julho. (Jornal do Comércio)
FORTUNATI
NA CÂMARA FEDERAL
O PSB insiste para que José
Fortunati concorra à Câmara Federal depois que o partido decidiu colocar Beto
Albuquerque como candidato único da sigla para disputar um das vagas no senado.
O ex-prefeito José Fortunati disse que desejava concorrer ao senado e só ao
senado, não vendo nenhuma possibilidade de buscar uma vaga como deputado
federal. No entanto, o PSB continua insistindo para que ele busque uma vaga na
bancada gaúcha. Quando Fortunati se filiou ao partido, em abril passado, foi
prometido à ele uma das vagas ao Senado. O PSB confirmou também que apoia a
reeleição do governo José Ivo Sartori (Gaúcha ZH)
HEINZE
GARANTE PALANQUE PARA BOLSONARO NO RS
Em evento realizado na noite
desta quinta-feira, em Porto Alegre, que reuniu partidários do PP, DEM, PROS e
PSL, o pré-candidato ao governo do Estado, Luiz Carlos Heinze (PP) disse que o
palanque para Jair Bolsonaro (PSL) no Rio Grande do Sul está assegurado. A
afirmação ocorreu quando de ato de formalização do apoio dos quatro partidos a
candidatura de Heinze ao governo do Estado. No entanto, algumas lideranças do
próprio PP divergem de Heinze no apoio a Jair Bolsonaro. As manifestações do
presidente do PP, Celso Bernardi e de outras lideranças do partido chamaram a
atenção pela sobriedade. Já o presidente estadual do DEM, deputado Onyx
Lorenzoni foi enfático na defesa de Bolsonaro como presidente da república.
Disse que pela primeira vez “temos um candidato que não tem vergonha de dizer
que é direita e de afirmar que bandido bom é bandido morto”. (Correio do Povo)
“Estamos em um acelerado processo de desdemocratização do sistema
político”
Celi Pinto: “Os leitores não votam em quem querem, mas em quem é escolhido antes por burocracias partidárias”. Foto: Ramiro
Furquim / Sul21
Professora titular do Departamento de
História da UFRGS e PhD em
Ciência Política pela Universidade de Essex, na Inglaterra,
Celi Pinto analisa o atual momento político, o papel da sociedade na
democratização do país e os pré-candidatos até agora lançados. Para a
professora, os melhores candidatos seriam os com “carreiras políticas razoáveis, responsáveis e com carisma
popular”.
- No século XX, o Brasil viveu
sob duas longas ditaduras – a de Vargas e a dos militares. As duas oriundas de
um golpe. Atualmente, o Brasil corre o risco de viver uma nova ditadura? Ou
este é um perigo do qual a nação já está livre?
Não acredito que o Brasil esteja às portas de uma nova ditadura militar no estilo que tivemos com Vargas ou a partir do Golpe Militar de 1964. Entretanto, estamos em um acelerado processo de desdemocratização do sistema político, um período que alguns cientista políticos estão chamando, acertadamente, de pós democracia, onde as instituições se mantêm, mas as garantias democráticas se reduzem ao mínimo, com cortes em direitos civis e sociais, perseguição às minorias, censuras às artes e às ciências, principalmente, às sociais, intervenções militares pontuais, criminalização de movimentos sociais, políticas de garantia de lucro para as elites, através de políticas financeiras e desregulamentação do trabalho.
- Qual deve ser a atitude da sociedade para a manutenção da democracia?
Em termos de eleições a sociedade tem pouco a fazer. Há uma ingênua
ilusão que existe um depósito, ainda não descoberto, de homens e mulheres
honestas, que o eleitor e eleitora devem descobrir para votar nas pessoas
certas. E que depois a sociedade deve cobrar de seus eleitos. Este tipo de
pensamento circula entre a ingenuidade e a má fé. Primeiro, porque, como diria
o sociólogo Bourdieu, os leitores não votam em quem querem, mas em quem é
escolhido antes por burocracias partidárias. Aos escolhidos, os
partidos distribuem recursos financeiros de acordo com seus interesses.
Nas listas abertas do sistema eleitoral brasileiro a grande maioria dos
eleitores vota em deputados que não se elegem e uma grande parte dos
deputados se elege praticamente sem votos, pois chegam aos parlamentos por
conta dos carregadores de voto tipo palhaços, jogadores de futebol,
celebridades televisivas. Então a frase “o povo não sabe em quem votou na
última eleição”, para provar que povo não é politizado, é mais um senso comum
repetido sem reflexão.
De outra forma, há importantes movimentos no interior da sociedade civil que enfrentam o rigor do retrocesso, os movimentos populares nas favelas e bairros pobres, os movimentos de mulheres e feministas, principalmente das feministas jovens e negras, o próprio movimento negro, os movimentos LGBTI, os movimentos urbanos por moradia. Todos estão buscando espaços para se manifestarem politicamente, mas a reação é grande, a execução de Marielle Franco no Rio é uma prova disto.
De outra forma, há importantes movimentos no interior da sociedade civil que enfrentam o rigor do retrocesso, os movimentos populares nas favelas e bairros pobres, os movimentos de mulheres e feministas, principalmente das feministas jovens e negras, o próprio movimento negro, os movimentos LGBTI, os movimentos urbanos por moradia. Todos estão buscando espaços para se manifestarem politicamente, mas a reação é grande, a execução de Marielle Franco no Rio é uma prova disto.
- Algum dos pré-candidatos lançados até agora tem carisma / capital político suficiente para fazer decrescer o alto índice de eleitores desiludidos com as eleições? Por quê?
Capital político e carisma são duas coisas muito diferentes. Capital político é o conjunto de qualidades de um candidato que se somam em uma carreira política, como militante partidário, militante de movimentos sociais, militante de movimento estudantil, militante de sindicatos, como ocupante de cargos públicos eleitos ou não. Carisma pode ser definido, largo senso, como uma característica pessoal de um homem ou uma mulher que consegue através, geralmente, de um discursos fácil, construir empatia. Interpelação direta.
Podemos ter homens e mulheres com carreias políticas, mas com pouco carisma, o caso de Geraldo Alckmin seria clássico. E podemos ter aventureiros carismáticos, como Bolsonaro. Temos no meio termo homens e mulheres com carreiras políticas razoáveis, responsáveis e com carisma popular, estes seriam os melhores candidatos. Não fariam governos voltados para interesses de classes conservadoras que lhes garantem capital, nem jogariam o país em uma aventura populista de direita de consequências imprevisíveis.
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