quarta-feira, 24 de outubro de 2018





Comício pró-Haddad nos arcos da Lapa-RJ. Ricardo Stuckert







"Você não tem que ter uma política para isso. Isso não pode continuar existindo, tudo é coitadismo. Coitado do negro, coitada da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino, coitado do piauiense. Tudo é coitadismo no Brasil. Vamos acabar com isso". Jair Bolsonaro sobre as política para acabar com o bullying e o preconceito.










CONTAGEM REGRESSIVA
Faltam 4 dias para a realização do segundo turno das eleições à Presidência da República e ao Palácio Piratini

Rio Grande do Sul

IBOPE GAÚCHO

O Ibope divulgou nesta terça-feira, 23, a segunda pesquisa para o Governo do Estado no segundo turno. Eduardo Leite, candidato do PSDB, mantém a liderança agora com 60% dos votos válidos contra 40% dos votos válidos do atual governador e candidato à reeleição José Ivo Sartori do MDB. A pesquisa foi realizada entre os dias 20 e 23 deste mês com 1204 eleitores em 70 municípios. (Gaúcha ZH)

PF FAZ OPERAÇÃO CONTRA CRIMES ELEITORAIS NO RS E EM OUTROS TRÊS ESTADOS

Com o objetivo de identificar e evitar possíveis crimes eleitorais, além de ameaças aos candidatos que concorrem nas eleições no próximo domingo, a Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira, 24, a Operação Olhos de Lince, em quatro estados, o Rio Grande do Sul entre eles. A PF apura os crimes de violação do sigilo do voto e de incitação a homicídio. No Rio Grande do Sul, agentes cumprem mandatos de busca e apreensão em Caxias do Sul. Além do RS, nove ações foram deflagradas nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco. (UOL).

Brasil

ELISEU PADILHA VAI COORDENAR TRANSIÇÃO DE GOVERNO

O presidente da república Michel Temer confirmou que o ministro Eliseu Padilha será o responsável por concentrar o diálogo do Planalto com a equipe escolhida pelo próximo presidente. Temer disse ainda que a centralização será “fundamental” para assegurar um diálogo produtivo com a nova gestão e que todos os demais ministros devem repassar as informações para Padilha, que fará, reuniões com os outros ministros para a elaboração final dos documentos da transição. (Estado de Minas)

IBOPE NACIONAL

O candidato do PSL, Jair Bolsonaro continua liderando as pesquisas de intenções de voto para o segundo turno das eleições presidenciais. Conforme a pesquisa Ibope, divulgada na noite desta terça-feira,23, Bolsonaro tem 57% das intenções de voto válidos – dois pontos percentuais abaixo da pesquisa anterior, mas dentro da margem de erro – e Fernando Haddad, do PT, aparece com 43%. O Ibope entrevistou 3.010 eleitores em 208 municípios entre os dias 21 e 23 de outubro com um nível de confiança de 95%. (Gaúcha ZH)

CLIMÃO NO SHOWMÍCIO DE HADDAD

O rapper Mano Brown foi o responsável por quebrar o clima de festa do comício realizado nos Arcos da Lapa, Rio de Janeiro, em defesa da candidatura de Fernando Haddad, e que reuniu outros nomes da música como Caetano Veloso e Chico Buarque. Brown fez uma dura crítica ao PT, que, segundo ele, deixou de entender e falar a língua do povo. “Se não conseguir falar a língua do povo, vai perder mesmo. Falar bem do PT para torcida do PT é fácil. Tem uma multidão que precisa ser conquistada ou vamos cair no precipício “, declarou. O público ameaçou uma vaia, mas Caetano saiu em defesa do Brown e disse que é preciso refletir sobre a complexidade do momento. Estadão- Vera Magalhães)

A PREVISÃO DE HADDAD

É normal que antes das eleições os candidatos tentem mostrar otimismo. Com o candidato à Presidência da República do PT, Fernando Haddad, não foi diferente. Mesmo aparecendo 14 pontos atrás na última pesquisa do Ibope, o ex-prefeito de São Paulo disse na noite passada no comício dos Altos da Lapa, Rio, que sentiu “o ar da virada”. “Vamos ganhar a eleição. Não tenho dúvida”, afirmou Haddad. “Desde ontem (segunda-feira, 22), estou sentindo no ar uma virada. Nós começamos a crescer, ele começou a cair e vai começar a tremer, afirmou, se referindo a oscilação da última pesquisa do Ibope. (Estadão)

EVANGÉLICOS ALÉM DOS COSTUMES

A Frente Parlamentar Evangélica lança nesta quarta-feira, 24, um manifesto contendo as pautas que deverão nortear sua atuação na Câmara a partir do ano que vem. Composta por uma bancada de 172 deputados e 8 senadores, a frente extrapola na carta os temas tradicionais ligados a costumes e família para propor rearranjos administrativos que levem a cortes de gastos na máquina do Executivo. (Estadão)

MAIA SELA ACORDO PARA VOTAR ESTATUTO DO DESARMAMENTO

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), comprometeu-se a votar alguns pontos do projeto de Flexibilização do Estatuto do Desarmamento ainda este ano. O acordo foi selado durante reunião com integrantes da Frente Ampla da Segurança Pública, mais conhecida como bancada da bala. O encontro foi realizado nesta terça-feira, 23, no Rio de Janeiro. (Valor Econômico)

    







E o Sartonaro não deu certo



Na campanha eleitoral de 2014 o então candidato ao governo do Estado, José Ivo Sartori, surpreendeu à todos quando conseguiu contrariar as previsões que davam o favoritismo para Tarso Genro e Ana Amélia Lemos chegando ao segundo turno e tornando-se governador.  Um movimento que o consagrou como terceira via. Pois bem, passaram-se quatro anos e Sartori decidiu enfrentar o desafio de se tornar o primeiro governador gaúcho reeleito após a redemocratização. Um quadriênio na política é uma vastidão de tempo. Nesse período, muita coisa mudou no mundo, no país e no Rio Grande do Sul.  

Surgiu a onda direitista que levou Trump a presidência dos EUA, por exemplo. Estourou o escândalo do Petrolão e com ele a Lava Jato, operação que enfraqueceu enormemente a imagem da classe política nacional e atingiu gravemente a confiabilidade nos partidos políticos. Lula, a maior expressão política desde a era Vargas, foi preso e impossibilitado de concorrer à presidência da República. Dilma foi impitimada. Veio o governo Temer e com ele o agravamento da crise financeira e com ela os milhões de desempregados. A violência e a criminalidade tomaram as ruas de assalto e também as páginas dos jornais e os noticiosos do rádio e da televisão. E muito mais.

No Rio Grande do Sul, a exemplo de outros estados, agravou-se a crise do erário que já vinha sendo gestada havia muitos anos, a ponto de praticamente imobilizar as ações do Piratini. Salários do funcionalismo foram congelados e parcelados, órgãos públicos foram extintos e servidores foram exonerados, fornecedores e prestadores de serviço tiveram seus pagamentos atrasados, o mesmo ocorrendo com o repasse às prefeituras e praticamente não sobrou nada para investimentos em infraestrutura. Por outro lado, foram mínimos os esforços visando o aumento da receita.

O resultado disso tudo foi um descontentamento generalizado dos brasileiros e dos gaúchos para com seus governantes. Um campo fértil para fazer prosperar a ideia mágica do Salvador da Pátria. Surgiu então Jair Bolsonaro, o Mito. Ex-capitão do Exército e radical de direita de primeira hora, tornou-se o estereótipo do eleitor que clamava por um basta à velha política e aos mesmos de sempre.

E Bolsonaro foi cirúrgico ao escolher o PT como o responsável por todas as mazelas da população, tornando-se um fenômeno de aceitação popular o que lhe garantiu não só uma vaga no segundo turno, mas lhe proporcionou um caminho pavimentado para chegar ao palácio do Planalto. Estão aí as pesquisas para confirmar. Esse é o xis da questão. A presente eleição presidencial não é uma disputa entre dois candidatos, mas entre o antipetismo e o petismo. 

E foi essa a pedra no caminho de Sartori no segundo turno. Faltou-lhe o PT como fermento para o seu crescimento. Por isso não vingou a colagem na imagem positiva de Jair Bolsonaro, o Sartonaro. Porque quis posar de Dom Quixote (Miguel de Cervantes) sem a presença do Moinho. Ou seja, faltou-lhe o PT.

No lugar dele veio um jovem político fardado a rigor como a novidade da eleição. E a disputa, a exemplo do pleito presidencial, passou a ser entre o velho e o novo. Entre o que não está dando certo e aquele que carrega a esperança de fazer diferente e fazer mais. E mais do mesmo é tudo o que as urnas estão repudiando nesta eleição.

Por isso o Sartonaro não vingou. Porque o jacaré usado por Sartori como a tábua de salvação para sua estagnação nas pesquisas o engoliu.  Porque Eduardo Leite não é o Haddad. Não é do PT. E essa é a principal razão da campanha do gringo (Sartonaro) não estar dando certo.


Se governar é fazer escolhas – e os elevados índices de insatisfação do governo e de rejeição do candidato Sartori mostram que as escolhas não foram acertadas - o mesmo vale para as eleições. Escolhas inadequadas geram insucessos e escolhas corretas produzem vitórias. Assim é na política e assim é na vida. Sábios são os que compreendem isso.





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